Ymã
nda'ipoi raka'e mba'eve. Nhanderu oú kó yvy re raka'e jaxy reve, ha'egui
ombojerá opamba'e: Yy guaxu, ka'aguy, mba'emõ omyi'i va'e ijavi, itá, yakã,
ha'egui jaxy tatá.
Calma, você não desaprendeu a ler. A
frase que inicia este texto está na língua Guarani-Mbyá, uma das línguas
faladas no Brasil, e significa “No antes não havia nada.
Nhanderú, então, veio à terra com Jaci e criou tudo que existe sobre ela: o
mar, as florestas, os animais, as pedras, os rios e as estrelas”.
Essa é a proposta da exposição que será inaugurada
no Centro Cultural da Faculdade Arthur Sá Earp Neto (FMP/Fase), no dia 03 de
agosto. Apresentar aspectos da cultura Guarani-Mbyá, contada pelos próprios
índios Mbyá. E, para ressaltar a importância da língua na preservação da
identidade dos povos indígenas, a exposição será bilíngue, com todos os seus
textos escritos em Guarani-Mbyá e traduzidos para o Português.
A exposição intitulada “Mbyá
Rekó, o jeito de ser Guarani” é um dos resultados do projeto de extensão
universitária em Cultura Indígena, coordenado pelo professor Ricardo Tammela, e
tem o apoio do Museu do Índio e da Associação Indígena Aldeia Maracanã. A
mostra vem ao encontro da decisão do Governo Federal que, através do Ministério
da Educação, estabeleceu as Diretrizes Curriculares Nacionais para
Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura
Afro-Brasileira, Africana e Indígena, como um requisito legal, dando um
importante passo para ampliar o conhecimento sobre os povos indígenas, condição
para o estabelecimento de direitos, que vão muito além da demarcação de suas
terras, e coloca em pauta questões relacionadas à saúde indígena, hábitos
alimentares, educação etc.
“Mais do que conhecer a
história e a cultura indígena, particularmente sobre os Guarani-Mbyá, a
relevância do projeto de extensão está no impacto que o mesmo pode ter sobre a
formação dos alunos, nas áreas de saúde e gestão e, fundamentalmente, no campo
da saúde, pois formar profissionais habilitados em dialogar e trabalhar com
populações que consideramos vulneráveis e que trazem em sua cultura visões de
mundo tão diferenciadas é importante para cumprirmos nossa missão
institucional”, explica Ricardo Tammela, coordenador de Projetos e Extensão da
FMP/Fase .
Os visitantes da
exposição poderão conhecer um pouco sobre a rica cultura do povo Guarani-Mbyá,
que será retratada a partir do cotidiano dos índios da aldeia Ará Rovy Re,
situada no distrito de Itaipuaçu, em Maricá/RJ. Será possível, por exemplo,
participar de atividades dentro de uma réplica da Opy, que é a Casa de Reza dos
Mbyá, considerada essencial para a harmonia da aldeia. A mostra também abordará
outras tradições indígenas, como o culto ao milho e a importância da música
para a perpetuação de sua história. Ainda haverá uma lojinha para
comercialização do artesanato produzido por eles, como colares de sementes e
cestos de palha.
A exposição “Mbyá Rekó, o
jeito de ser Guarani” ficará aberta à visitação do dia 04 de agosto de 2016 até
janeiro de 2017, de segunda a sexta, das 09h às 21h, e sábado, das 09h às 18h.
A entrada é franca e as escolas podem agendar visitas pelo telefone (24)
2244-6468.
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Departamento de Comunicação Faculdade Arthur Sá Earp Neto/Faculdade de Medicina de Petrópolis