A data 20 de novembro foi escolhida como o Dia Nacional
da Consciência Negra. Nesse mesmo dia, no ano de 1695, morreu Zumbi dos
Palmares - liderança mais conhecida do chamado Quilombo dos Palmares, que se
localizava na Serra da Barriga, atual estado de Alagoas. A fama e o símbolo de
resistência e força contra a escravidão fizeram com que a data da morte de
Zumbi fosse escolhida pelo movimento negro brasileiro para representar o Dia da
Consciência Negra.
Mesmo após a conquista da liberdade e as constantes lutas da população negra em relação ao racismo e o preconceito, os negros enfrentam algumas dificuldades específicas em relação aos serviços públicos de saúde que, muitas vezes, não atendem algumas especificidades próprias da raça negra.
Mesmo após a conquista da liberdade e as constantes lutas da população negra em relação ao racismo e o preconceito, os negros enfrentam algumas dificuldades específicas em relação aos serviços públicos de saúde que, muitas vezes, não atendem algumas especificidades próprias da raça negra.
“A necessidade da atenção especial aos cuidados
da população negra se dá devido a fatores histórico-culturais, como a
desigualdade social. A população negra sofre com algumas doenças genéticas
específicas, como: diabetes, hipertensão e anemia falciforme, dentre outras”, explica
Maria Cecília Marcolino, professora do curso de Enfermagem da Faculdade Arthur
Sá Earp Neto (FMP/Fase).
Karen Santos, que estuda Enfermagem na Fase, iniciou
uma pesquisa para fazer o TCC (trabalho de conclusão de curso) sobre a
população de mulheres negras que vivem na localidade de Cascatinha, em
Petrópolis. O tema recebeu apoio da instituição de ensino superior, uma vez que
o assunto aborda as características específicas da população negra, que está
distribuída em todo o território nacional, e ressalta a necessidade dos
profissionais, principalmente da área da saúde, terem conhecimentos sobre as
especificidades desta população e um olhar único no atendimento deste grupo
populacional.
“O negro ainda sofre com algumas condições
desfavoráveis devido a sua vulnerabilidade social. Essa situação, somada às
doenças citadas que são próprias da sua genética, fortalece tal panorama. É
preciso que todos os profissionais da área da saúde tenham conhecimento acerca
dessa especificidade da população negra para que possam oferecer um atendimento
de qualidade próprio para essa clientela”, destaca a professora Maria Cecília,
que foi orientadora desse projeto de TCC.
A ideia da pesquisa na cidade surgiu, em 2014,
quando a aluna participou do Congresso Brasileiro de Enfermagem em Belém, no
Pará. Após observar um bate-papo em uma tenda cultural e receber vários
cadernos de Políticas Nacionais, entre eles o caderno de Política Nacional de
Saúde Integral da População Negra, Karen decidiu se dedicar ao assunto, para
elaboração do TCC, ao perceber que a política traz uma conexão direta com
questões sociais, que interferem no processo de saúde/doença da população
negra.
“Eu levantei um perfil das mulheres negras
atendidas na consulta de enfermagem ginecológica realizada no
Ambulatório-Escola da FMP/Fase. Esses dados permitem que os profissionais que
lá atuam tenham conhecimento do grupo com que irão lidar diariamente e possam
elaborar um plano de cuidado mais eficiente, que traria benefícios enormes no
momento da consulta dessa mulher. Os profissionais conseguiriam abranger
aspectos relevantes e elaborar intervenções que podem evitar complicações
futuras”, explica Karen Santos, estudante do 9º período de Enfermagem da
FMP/Fase.
O Ministério da Saúde oferece material específico
de atendimento à população negra, que é de fácil acesso através da Política
Nacional à Saúde Integral da População Negra (PNSIPN). Esse seria, segundo os
profissionais da área de saúde, o primeiro passo para um atendimento
diferenciado. De acordo com o Ministério da Saúde, a Política Nacional de Saúde
Integral da População Negra define os princípios, a marca, os objetivos, as
diretrizes, as estratégias e as responsabilidades de gestão voltadas para a
melhoria das condições de saúde desse segmento da população.
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Departamento de Comunicação Faculdade Arthur Sá Earp Neto/Faculdade de Medicina de Petrópolis