quinta-feira, 7 de abril de 2016

Faculdade de Medicina de Petrópolis promove 1º Simpósio sobre Câncer Ginecológico

O câncer é a segunda maior causa de mortes em todo o país, de acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Por isso, no último sábado (12), a Faculdade de Medicina de Petrópolis/Fase realizou seu 1º Simpósio de Oncoginecologia, com o objetivo de discutir o câncer ginecológico em seus diferentes aspectos.

Cerca de cem estudantes, médicos e professores da área de saúde se reuniram para debater sobre as formas de diagnóstico e tratamento, assim como as ocorrências das doenças estudadas pela oncoginecologia, que engloba os cânceres de vulva, vagina, colo de útero, endométrio e ovário. 

“Se por um lado, temos o câncer de mama que é de mais fácil rastreio, possuímos os cânceres ginecológicos, que são mais difíceis. E, como todo câncer, quanto mais avançado for feito o diagnóstico, mais difícil será o tratamento. Então, é importante trazer a informação para buscar a solução de uma maneira mais precoce e efetiva”, salienta o médico Vander Guimarães, professor da Disciplina de Saúde da Mulher, da FMP/Fase.

O câncer de colo uterino é o terceiro tumor mais frequente em mulheres no Brasil. Em primeiro lugar está o câncer de mama. Segundo dados do Inca, em 2016 são esperados 75 mil novos casos e cerca de 20 mil mortes em mulheres acometidas por esses dois tipos de câncer.



As famílias modernas e os avanços tecnológicos

Virgínia Ferreira
Psicanalista e professora da Faculdade Arthur Sá Earp Neto – FMP/Fase

As famílias brasileiras atravessam um momento delicado e de muita fragilidade que reflete os valores que regem a época em que vivemos, tais como: consumismo, avanço tecnológico desmedido, individualismo e descartabilidade. A sociedade brasileira gira em torno do dinheiro e de tudo aquilo que o dinheiro pode comprar. Para tanto, as pessoas precisam trabalhar mais e, trabalhando, se acham merecedoras de consumir mais. E, quanto mais trabalham, mais consomem e menos têm tempo para elas mesmas, para a família, os amigos etc.

Via de regra, os pais precisam trabalhar mais, para ter condições de consumir: celulares, carros, roupas, escolas particulares, tablets, planos de saúde, novas tecnologias, dentre outros. Trabalhando mais, necessariamente, dispõem de pouco tempo para seus filhos. Tendo menos tempo, se sentem culpados, e tentam substituir a ausência por presentes. Além do fato de que o pouco tempo que têm com seus filhos é de pouca qualidade, pois estão cansados. Desta forma, as crianças passam a maior parte do tempo fazendo o que querem, a hora que querem.

Educar é dar amor e dar limites. Educar não é importante, é tudo. As crianças de hoje não têm nem amor, nem limites. Os pais precisam entender que, para a criança, o que importa não é a quantidade de tempo que eles dedicam aos filhos, mas a qualidade desse tempo. Afeto é afeto. Não se gosta mais daqueles que estão perto e menos daqueles que passam uma boa parte do tempo longe. Gostamos de alguém pelo tratamento, atenção e carinho que esse alguém nos dispensa. Não se ensina ninguém a dar ou receber afeto. O outro aprende, naturalmente, ao receber.

Há vários problemas decorrentes da falta de interação afetiva e respeitosa entre membros de uma mesma família. Destaco aqui o grande aumento de gravidez na adolescência. Meninas de 14, 15, 16 anos estão engravidando. Essas meninas não têm a menor noção do que isso representa na vida presente e futura delas. Nasce uma criança que, num primeiro momento, andará nos braços da jovem mãe como uma boneca e, mais tarde, quando cansa de brincar com a boneca, entrega seus cuidados ao familiar mais próximo. Ou seja, será criada, se com sorte, pelos avós. Se não, pela vida. Vendendo balas e doces em sinais de trânsito, trabalhando para traficantes, se prostituindo...

Cabe ressaltar que, nesses casos, a responsabilidade é inteiramente dos pais que, definitivamente, não educaram suas filhas. Isso se torna uma bola de neve. Os pais não educam seus filhos, os filhos não educarão os seus e assim por diante. 

Consequentemente, a maior parte dos problemas gira em torno de uma questão: sentimento de solidão. As pessoas hoje se sentem muito sós. Está cada uma encerrada em sua própria tribo, na rede social, na internet. Com o avanço tecnológico, as pessoas substituíram a presença física do outro, para estar com o outro, através da tecnologia. Isso, a princípio, dava conta. De um tempo para cá, o pertencimento a essas tribos já não mais dá conta.

E elas não percebem isso. Simplesmente, adoecem. Nunca se teve antes, na história da humanidade, tanta depressão, pânico, fobias, crises de ansiedade e afins. Como consequência, nunca se consumiu tanto drogas lícitas (psicofármacos e álcool) como drogas ilícitas (cocaína e crack), na tentativa de combater esses transtornos e afastar o sentimento de solidão.

O individualismo dos membros das famílias brasileiras chegou a tal ponto que, por exemplo, a mãe está em seu quarto e a filha em outro. Elas se comunicam, estando na mesma casa, por WhatsApp.

Pais e filhos não se sentam mais à mesa para fazer as refeições, conversar, brincar. Cada um faz sua refeição em cômodos diferentes, atentos às suas tribos nas redes sociais.
A solução possível é uma reorganização das relações familiares, na qual pais e filhos dialoguem, façam refeições juntos, se divirtam juntos. Enfim, resgatem o sentimento de família, que é a base de uma sociedade saudável e de pessoas bem-sucedidas existencialmente.