Descobrir a
origem da dor é um dos desafios de uma pesquisa de iniciação científica
desenvolvida com alunos dos cursos de Odontologia e Medicina da Faculdade
Arthur Sá Earp Neto (FMP/Fase), em Petrópolis. O objetivo é investigar a
existência de correlação entre os sintomas físicos inespecíficos e a dor em
locais distantes da queixa principal, analisando a predisposição genética para
o problema. A linha de pesquisa Dor Miofascial Mastigatória e Cefaleias
Crônicas é coordenada pelos professores Ricardo Tesch e Gilberto Senechal.
"O projeto busca, de forma inédita, correlacionar níveis de sintomas físicos não específicos. Estudos recentes demonstraram que pacientes com dor mastigatória crônica e cefaleias, isoladas ou não, apresentam aumento da sensibilidade em outras regiões craniofaciais, mas também em áreas periféricas remotas, sugerindo que o processamento está facilitado nesses pacientes", conta Tesch.
A parte
relacionada à análise genética da pesquisa é realizada através de projeto de
colaboração entre a FMP/Fase e a Universidade de Pittsburgh, que conta além dos
professores Ricardo Tesch e Alexandre Rezende Vieira, dessas
duas instituições, com Letícia Ladeira Bonato, Priscila Ladeira Casado e
José Mauro Granjeiro, da UFF. O objetivo da parceria é estabelecer colaboração
técnico-científica entre a Faculdade de Medicina de Petrópolis e a Faculdade de
Medicina Dental da Universidade de Pittsburgh, através da elaboração e execução
de pesquisas básicas e clínicas abordando interesses mútuos na elucidação das bases
genéticas relacionadas ao risco de desenvolvimento de desordens
temporomandibulares (DTM).
"A
colaboração envolve a pós-graduação em DTM e Dor Orofacial da FMP/Fase,
incluindo as atividades de pesquisa desenvolvidas na área, e o Centro de
Genética Craniofacial e Dental do Departamento de Biologia Oral da Faculdade de
Medicina Dental da Universidade de Pittsburgh. Os estudos envolvem abordagens
moleculares e genéticas para o mapeamento e identificação de genes, assim como
investigações de características e fatores epidemiológicos e
comportamentais que contribuem para cada desordem", explica Ricardo
Tesch, que também coordena a pós-graduação em DTM.
Mais de 40
alunos da FMP/Fase participaram do processo seletivo para as seis vagas da
equipe do projeto, que contou com análise do coeficiente de rendimento escolar,
entrevista e prova de interpretação de um artigo científico em inglês
relacionado à linha de pesquisa. Os alunos selecionados foram Vinicius Plantz,
Renata Magalhães, Bernardo Santos, Luciana Melo, Fernanda Miranda e
Carolina Assis. O período de duração do projeto será de 12 meses.
Renata
Magalhães está animada com a nova área de aprendizagem. "Além de explicar
a importância do projeto de pesquisa para nossa formação, os professores
mostram como começar a fazer uma pesquisa cientifica passo a passo, nivelando o
conhecimento dos alunos com as aulas teóricas. Ter a oportunidade de
conhecer a clínica da dor com mais proximidade possibilita a abertura do olhar
para novos horizontes, além de aprofundar o conhecimento a respeito dessa
área", diz a aluna, que está no segundo ano do curso de Medicina.
Já Carolina
Assis, aluna de Odontologia, conta que sempre quis fazer parte de um
projeto de pesquisa. "Soube que teria seleção para iniciação
científica na área que mais me interessa e não poderia perder a
oportunidade. DTM, dores de cabeça e dores faciais representam um grande
problema contemporâneo, especialmente quando presentes
simultaneamente. A atualização e a busca por novos conhecimentos são
necessárias para se ter um bom desempenho profissional, e a área da
pesquisa possibilita isso, além de ter uma grande importância no
desenvolvimento da saúde."
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Departamento de Comunicação Faculdade Arthur Sá Earp Neto/Faculdade de Medicina de Petrópolis